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Rolex Center Learning (Centro de Aprendizagem Rolex) - Lausanne/Suiça

domingo, 19 de agosto de 2012

 

 O Rolex Center Learning, projeto resultante de um concurso vencido em 2004 pelo escritório de arquitetura japonês de renome internacional SANAA, é ao mesmo tempo um laboratório de aprendizagem, uma biblioteca com 500.000 livros e um centro cultural internacional. É aberto a estudantes e ao público. Em uma superfície contínua de 20 000 m2 que oferece serviços, bibliotecas, centros de informação, espaços sociais, locais de estudo, restaurantes, cafés e belos espaços ao ar livre. "O Centro de Aprendizagem Rolex exemplifica nossa escola, onde as fronteiras tradicionais entre as disciplinas são ultrapassadas, onde matemáticos e engenheiros encontram-se com neurocientistas e microtecnicos para criar tecnologias que melhorem nossas vidas diárias. Convidamos o público a descobrir este espaço para que entendam que o ato de trabalhar na ciência significa participar no progresso da sociedade ", disse Patrick Aebischer, presidente da EPFL.

O edifício é extremamente inovador, com declives suaves e terraços, ondulando em torno de "pátios" para dentro. Sem mencionar os pilares quase invisíveis de apoio à curva do telhado, uma estrutura que exigiu novos métodos de construção.



 ” Os edifícios de Sejima e Nishizawa parecem realmente simples. Os arquitetos têm uma visão das edificações como um todo, onde a presença física recua e forma uma espécie de ‘pano de fundo’ para pessoas, objetos, atividades e paisagens. Eles exploram como poucos as propriedades fenomenais do espaço contícuo, da luz, da transparência e da materialidade, com o objetivo de criar uma síntese sutil.
A arquitetura de Sejima e Nishizawa (…) buscam a qualidade essencial da arquitetura, que resulta em uma desejada objetividade, economia de meios e contenção. Essa economia de meios, no entanto, não se torna uma simples operação de redução, nas mãos desses arquitetos. Ao contrário, trata-se de uma rigorosa e intensa investigação, ancorada em trabalho e determinação. É um processo de refinamento contínuo, em que o programa de cada cliente é investigado profundamente e em que múltiplas possibilidades de projetos são exploradas, por meio de numerosos desenhos e modelos, que são analisados. As ideias são consideradas e descartadas, reconsideradas e retrabalhadas, até que restem apenas as qualidades essenciais do desenho. O resultado é a união de estrutura e organização, lógica e beleza. 
(…) Eles utilizam materiais comuns e ao mesmo tempo se mantêm atualizados em relação às possibilidades da tecnologia contemporânea; a compreensão do espaço, para esses arquitetos, não reproduz modelos convencionais. Eles optam, com frequência, por espaços não hierarquizados – ‘equivalência de espaços’, nas palavras dos próprios arquitetos – criando edifícios despretensiosos e democráticos, de acordo com o contexto e com o orçamento, em cada caso. Este é  um espaço a ser utilizado por estudantes à noite e durante todo o dia. Originalmente concebido como um edifício de pavimentos, durante o desenvolvimento do projeto, tornou-se um espaço simples, vasto e fluido. Os diversos espaços da edificação (biblioteca, restaurante, áreas de exposição, escritórios, etc) são diferenciados não por paredes, mas por ondulações em um piso contínuo, que sobe e desce para acomodar diferentes usos, permitindo perspectivas através dessa ‘paisagem de pessoas’.
A relação do edifício com o seu contexto é de grande importância para Sejima e Nishizawa. Eles definem os edifícios públicos como ‘montanhas na paisagem’, acreditando que nunca se deve perder a conexão natural e repleta de significados do edifício com o entorno.
(…) .”

O edifício, desenhado pela aclamada empresa japonesa SANAA, apresenta uma superfície de concreto impressionante, moldando-se em um espaço fluido para estudantes desfrutar. Nesta vídeo http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=4O0OqdIoOPQ vemos comentários interessantes por Ryue Nishizawa sobre a relação entre as formas orgânicas da arquitetura e da vida humana. Enquanto o edifício é um retângulo perfeito em sua vista aérea, as curvas e declives que definem o espaço interior dão uma aparência totalmente orgânica.
 
 
Ficha Técnica
Rolex Learning Center Autores: SANAA – Kazuyo Sejima + Ryue Nishizawa Equipe: Yumiko Yamada, Rikiya Yamamoto, Osamu Kato, Naoto Noguchi, Mizuko Kaji, Takayuki Hasegawa, Louis-Antoine Grego Local: Lausanne, Suiça Cliente: EPFL Ecole Polytechnique Fédérale de Lausanne Arquiteto local: Architram sa Renens, Suiça Dimensões do terreo: 88,000 m2 (166.5 m x 121.5 m) Área de piso: 37,000 m2 Concurso: 2004 Construção: 2007-2009 Custo de construção: USD 93 milhões Fontes: http://concursosdeprojeto.org/ http://www.archdaily.com/50235/rolex-learning-center-sanaa/ http://rolexlearningcenter.epfl.ch/




Frank Lloyd Wright

Frank Lloyd Wright (Richland Center, 8 de junho de 1867Phoenix, 9 de abril de 1959) foi um arquiteto, escritor e educador americano de ascendência galesa. Um dos conceitos centrais em sua obra é o de que o projeto deve ser individual, de acordo com sua localização e finalidade. No início de sua carreira, trabalhou com Louis Sullivan, um dos pioneiros em arranha-céus da Escola de Chicago. Responsável por mais de mil projetos, dos quais mais de quinhentos construídos, Wright influenciou os rumos da arquitetura moderna com suas ideias e obras e é considerado um dos arquitetos mais importantes do século XX. Foi a figura chave da arquitetura orgânica, exemplificada pela casa da cascata (vide postagem anterior), um desdobramento da arquitetura moderna que se contrapunha ao International style europeu. Foi o lider da Prairie School, movimento da arquitetura ao qual pertencem os projetos da Robie House e a Westcott House, e também desenvolveu o conceito de Usonian home, do qual a Rosenbaum House é um exemplo. Sua obra inclui exemplos originais e inovativos de edifícios dos mais diferentes tipos, incluindo escritórios, templos, escolas, hotéis e museus. Frequentemente detalhava também os elementos a serem empregados no interior de suas construções, tais como mobília e vitrais.

Mobília desenvolvida por FLWright
Mobília desenvolvida por FL Wright
Wright escreveu vinte livros, muitos artigos, era um palestrante popular nos Estados Unidos e Europa e grandemente reconhecido ainda em vida.  O American Institute of Architects postumamente conferiu a Wright em 1991 o título de "Maior arquiteto americano de todos os tempos.
No período de 1895 a 1905, a arquitetura dos Estados Unidos da América era uma junção de estilos eclécticos, sem que de nenhuma maneira tivessem relação com as ideias e os ideais da nação. Na mesma época, considerava-se como arquitetura o levar à prática modas e estilos sem relação com as técnicas de construção, fenômeno chamado ecletismo. Por outro lado, era também uma época em que toda a indústria da construção estava experimentando transformações revolucionárias. Apareciam novos materiais de construção, ao mesmo tempo que se desenrolavam novos métodos de transformação para os materiais antigos. Mesmo assim, a arquitetura que realmente se levava à prática naquele tempo, pouco ou nada refletia estes novos métodos e materiais.
Antes de se tornar um dos maiores arquitetos de todos os tempos, ele estudou engenharia e, faltando poucas semanas para sua graduação, abandonou o curso e foi trabalhar em Chicago como desenhista no escritório de Silsbee, um arquiteto de renome.
Seus principais trabalhos foram a Casa da Cascata (também conhecida por Casa Kaufman, considerada a residência moderna mais famosa do mundo) e a sede do Museu Solomon R. Guggenheim em Nova Iorque.


Origens

Frank Lloyd Wright nasceu na pequena cidade agrícola de Richland Center, Wisconsin, nos Estados Unidos, em 1867. Frank originalmente batizado Lincoln Wright, mudou seu nome após o divórcio de seus pais em homenagem à família de sua mãe, Lloyd Jones. Seu pai, William Carey Wright (1825 - 1904), era um orador localmente admirado, professor de música, advogado ocasional e ministro itinerante. William Wright conheceu e casou-se com Anna Lloyd Jones (1838/39 - 1923), uma professora da escola de seu condado, no ano anterior em que foi empregado como superintendente das escolas do Condado de Richland. Originário de Massachusetts, William Wright fora um ministro batista mas juntou-se mais tarde a fé da família de sua esposa no unitarismo. Anna era membro da grande, próspera e conhecida família unitariana Lloyd Jones, que havia emigrado do País de Gales para o sudoeste do Wisconsin. Ambos os pais de Wright eram indivíduos obstinados com interesses idiossincrásicos que passaram a Frank. O arquiteto relata em sua biografia que sua mãe declarou, quando esperava seu primeiro filho, que este tornar-se-ia adulto para construir belos edifícios. Decorou seu quarto com gravuras de catedrais inglesas, destacadas de um periódico, para incentivar a ambição da criança. A família mudou-se para Weymouth, Massachusetts, em 1870 para que William ministrasse seus ensinamentos a uma pequena congregação religiosa.
Em 1876, Anna visitou a Centennial Exhibition na Filadelfia e viu uma exibição dos blocos educacionais criados por Friedrich Wilhelm August Fröbel, os quais eram a base do inovativo currículo de seu jardim de infância. Professora experiente, Anna interessou-se pelo programa e comprou um jogo de blocos para sua família. O jovem Frank passou muito tempo brincando com os blocos. Estes apresentavam formas geométricas e podiam ser montados em várias combinações em composições tridimensionais. A autobiografia de Wright menciona a influência destes exercícios em sua maneira de encarar os projetos. Muitos de seus edifícios são notáveis pela aparência geométrica que exibem.
A família de Wright experimentou apertos financeiros em Weymouth e retornou a Spring Green, Wisconsin, onde o unido clã Lloyd Jones poderia apoiar William e ajudá-lo a encontrar emprego. Estabeleceram-se em Madison, Wisconsin, onde William ministrava lições de música e atuava como secretário da sociedade unitariana ali recentemente fundada. Embora William fosse um pai distante, compartilhou com seus filhos seu amor pela música, especialmente as obras de Johann Sebastian Bach.
Em 1881, logo depois de Frank completar catorze anos, seus pais separaram-se. Anna estava infeliz há algum tempo com a inabilidade de William para sustentar a família e pediu-lhe que os deixasse. O divórcio foi homologado em 1885, depois que William processou Anna por falta de afeição física. William deixou Wisconsin após o divórcio. Wright declarava nunca ter encontrado o pai novamente. Foi nesta época que Wright mudou seu nome do meio de Lincoln para Lloyd. Sendo o único homem da família, Frank então assumiu a responsabilidade financeira por sua mãe e duas irmãs.
Wright frequentou aulas de segundo grau em Madison mas não há evidências que tenha terminado o curso. Foi admitido à University of Wisconsin-Madison como estudante especial em 1886. Lá juntou-se à fraternidade Phi Delta Theta, frequentou as aulas de meio período durante dois semestres e trabalhou como estagiário em engenharia civil. Em 1887, Wright deixou a escola sem que se tivesse graduado, a despeito de ter recebido da universidade um Doutorado honorário em Artes em 1955. Mudou-se então para Chicago, que ainda estava sendo reconstruída do Grande incêndio de Chicago, em 1871, e juntou-se ao escritório de arquitetura de Joseph Lyman Silsbee. Dentro de um ano, deixaria Silsbee para trabalhar na empresa de Adler & Sullivan como aprendiz de Louis Sullivan.
Em 1889, casou-se com sua primeira esposa, Catherine Lee Tobin (1871-1959), conhecida como Kitty, comprou uma área em Oak Park, Illinois, e lá construíu sua primeira casa e seu estúdio. Sua mãe, Anna, logo seguiu Wright à cidade, onde comprou uma pequena casa junto à residência recém construída. Sua união com Kitty Tobin, filha de um rico homem de negócios, aumentou seu status social, e tornou-o mais conhecido.
A partir de 1890, tornou-se responsável por todo trabalho residencial da empresa. Em 1893, Louis Sullivan descobriu que Wright vinha aceitando encomendas privadamente. Sullivan sentiu-se traído ao saber que seu empregado favorito havia projetado casas por baixo dos panos e pediu que Wright deixasse a empresa. Em necessidade constante de fundos para sustentar sua crescente família, Wright projetara essas casas de modo a suplementar sua renda insuficiente. Wright referia-se a estas casas, localizadas nas redondezas da sua própria residência e escritório na Chicago Avenue em Oak Park, como seus projetos "falsificados". Após deixar Sullivan, Wright estabeleceu seu próprio escritório em casa.
O escritório era formado por um grupo notável de criativos projetistas arquitetônicos.


Alguns dos projetos
Os projetos residenciais realizados por Wright entre 1900 e 1917 são conhecidos como Prairie Houses, em português casas-pradaria, assim denominadas porque sua conformação é considerada complementar à paisagem ao redor de Chicago. Estas casas eram estruturas horizontalizadas, baixas, com telhados inclinados, silhueta simples e limpa, com chaminés disfarçadas, saliências e terraços, utilizando-se materiais rústicos. Aparentemente estas casas são as primeiras a apresentarem o sistema de planta aberta, ou seja a estrutura é livre das paredes, permitindo múltiplas opções de divisões internas.
A maneira como Wright organizava o espaço interior nos edifícios residenciais e públicos é uma das características únicas de seu estilo, visível e reconhecível na escolha dos materiais estruturais e de acabamento, bem como na disposição das aberturas. Um bom exemplo é o Unity Temple, sede da congregação Universalista Unitária em Oak Park. Unitariano durante toda sua vida, e membro do Unity Temple, Wright ofereceu seus serviços à assembleia depois que sua igreja se incendiara em 1904. A comunidade concordou em contratá-lo e ele trabalhou no edifício entre 1905 e 1908. Wright acreditava que a escala humana deveria ser considerada a parte mais importante na concepção de todo projeto.
Em consequência da amizade entre Wright e Darwin D. Martin, um executivo da Larkin Soap Company, muitos exemplos do trabalho de Wright nesta fase localizam-se em Buffalo, New York. Em 1902, a Larkin Company decidiu construir um novo edifício administrativo. Wright foi a Buffalo e desenhou não somente os primeiros esboços para o Larkin Administration Building, terminado em 1904 e demolido em 1950, mas também as casas de três dos executivos da companhia: George Barton House, em 1903; Darwin D. Martin House, em 1904; William Heath House, em 1905; e mais tarde, em 1926, a propriedade Graycliff, em Derby, NY.
A Westcott House, construída em Springfield, Ohio, entre 1907 e 1908, personifica não somente o projeto inovativo do Prairie Style de Wright, mas igualmente reflete sua paixão pela cultura e arte japonesas nos característicos traços de tradição oriental do projeto. É a única Prairie house construída em Ohio e representa uma evolução importante do conceito Prairie de Wright. A casa possui uma longa pérgola, que mede mais de trinta metros, coberta por intrincada treliça de madeira, ligando um depósito e a garagem isolados ao corpo principal da casa, uma característica presente somente em alguns dos projetos mais tardios do período Prairie Style de Wright.
Não se sabe exatamente quando Wright projetou a Westcott House; pode ter sido diversos meses antes ou mais de um ano após retornar de sua primeira visita ao Japão em 1905. Wright criou dois projetos separados para a casa; ambos estão incluídos em Studies and Executed Buildings of Frank Lloyd Wright, publicados por Ernst Wasmuth na Alemanha, em 1910 e 1911. Este trabalho de dois volumes contém mais de cem litografias de projetos de Wright e é geralmente referido como Wasmuth Portfolio.
Outras casas de Wright consideradas obras-primas do período Prairie tardio, de 1907 a 1909, são a Frederick Robie House em Chicago e a Avery Coonley House em Riverside, Illinois. A Robie House, com suas elevadas linhas de cantaria do telhado, suportadas por uma longa canaleta de aço com quase 40 metros, é a mais dramática. Suas salas de estar e de jantar formam um espaço virtualmente ininterrupto. Este edifício exerceu profunda influência nos jovens arquitetos europeus após a Primeira Guerra Mundial e é chamado às vezes de pedra angular do modernismo. Entretanto, o trabalho de Wright era desconhecido pelos arquitetos europeus até a publicação do Wasmuth Portfolio.

sábado, 11 de agosto de 2012

Casa da Cascata (Projeto de Frank Lloyd Wright)


Considerada uma das mais famosas casas do mundo, a Casa da Cascata (em inglês: Fallingwater house) ou Casa Kaufmann (nome da família de seu primeiro proprietário) é uma residência localizada 50 milhas a sudeste de Pittsburgh, em Bear Run, na Estrada Rural 1, secção Mill Run de Stewart Township, Condado de Fayette, nas Laurel Highlands dos Montes Allegheny, Estado da Pensilvânia, Estados Unidos da América.
O edifício foi desenhado em 1934 pelo arquitecto Frank Lloyd Wright, considerado o introdutor da arquitectura moderna no seu país, e construída em 1936 no sudoeste rural da Pensilvânia. No entanto, a sua principal característica é o facto de ter sido erguida parcialmente sobre uma pequena queda de água, servindo-se dos elementos naturais ali presentes (como pedras, vegetação e a própria água) como constituintes da composição arquitectónica. Assim como várias outras obras de Wright, foi construída com materiais experimentais para a época.
O proprietário era o homem de negócios Edgar Kaufmann Sr., cujo filho Edgar Jr. fora aluno de arquitectura de Wright. Foi construída no meio dum bosque, no interior duma propriedade da família. Originalmente utilizada como residência de veraneio da família, a casa hoje é um museu.
Edgar Kaufmann Sénior foi um bem sucedido homem de negócios de Pittsburgh e fundador da loja de departamentos Kaufmann's. O seu filho, Edgar Kaufmann, Jr., estudou arquitectura com Wright brevemente.
Edgar Sr. tinha sido levado pelo seu filho e por Wright a pormenorizar os custos da sua utópica cidade modelo. Quando o estudo ficou completo, foi exposto na loja de departamentos Kaufmann’s e Wright foi um convidado na casa de Kaufmann, “La Tourelle”, uma obra-prima franco-normanda que o célebre arquitecto local Benno Janssen (1874-1964) tinha criado para Edgar J. Kaufmann, no elegante subúrbio de Fox Chapel, em 1923. Os Kaufmanns e Wright apreciavam bebidas refrescantes em La Tourelle quando Wright, que nunca perdia uma oportunidade para encantar um potencial cliente, disse a Edgar Jr,. num tom de voz que o seu pai pudesse ouvir, "Edgar, esta casa não é digna dos seus pais…" A observação despertou o interesse de Kaufmanns para algo mais digno. A Casa da Cascata seria o resultado final.
Os Kaufmanns possuiam algumas propriedads fora de Pittsburgh com uma queda de água e algumas cabanas. Quando as cabanas nos seus campos se tinham deteriorado ao ponto de algo precisar de ser reconstruído, o Sr. Kaufmann contactou Wright.
Em Novembro de 1934, Wright visitou Bear Run. Pediu um mapa mapa topográfico da área em volta da queda de água, o qual recebeu em Março de 1935. Este mapa foi preparado pela Fayette Engineering Company de Uniontown e incluiu todos os rochedos, árvores e topografia. Demorou nove meses para que as suas ideias para o sítio se cristalizassem num desenho que rapidamente foi esboçado por Wright a tempo para uma visita de Kaufmann a Taliesin East em Setembro de 1935[1][2]. Foi então que Kaufmann tomou consciência que o desenho de Wright previa que a casa fosse construída por cima da cascata, em vez de abaixo da mesma como tinha esperado.

Design e construção

O desenho estrutural da Casa da Cascata foi empreendido por Wright em associação com Mendel Glickman e William Wesley Peters, que tinha sido responsável pelo desenho das revolucionárias colunas que foram um elemento do desenho de Wright para o Johnson Wax Building.
 Planos preliminares foram emitidos a Kaufmann para aprovação no dia 15 de Outubro de 1935 , após o que Wright fez mais uma visita ao local e previu um custo estimado para o seu cliente. Em Dezembro de 1935 foi aberta uma velha pedreira a oeste da água para fornecer as pedras necessárias para as paredes da casa. Wright apenas fez visitas periódicas ao sítio durante a construção, designando Robert Mosher, que era um dos seus aprendizes, como seu representante permanente no local. Os desenhos finais do trabalho foram emitidos por Wright em Março de 1936, com as obras a começar na ponte e na casa principal em Abril desse ano.
A construção foi atormentada por conflitos entre Wright, Kaufmann e o empreiteiro da construção. O edifício está feito de tal forma que as quedas de água podem ser ouvidas do seu interior, mas as quedas só podem ser vistas quando se está de pé na varanda do piso mais alto. Este tipo de mistério de arquitectura geométrica intrigou mesmo o próprio arquitecto Wright.

Frank Lloyd Wright

Kaufmann mandou rever o desenho de Wright a uma firma de engenheiros consultores pondo em dúvida se Wright tinha experiência suficiente no uso de betão armado. Depois de receber o relatório, Wright ficou ofendido e pediu imediatamente a Kaufmann a devolução dos seus desenhos e indicou que se retirava do projecto. Kaufmann pediu desculpas e o relatório de engenharia foi posteriormente enterrado dentro duma parede de pedra da casa.

Depois duma visita ao local, Wright rejeitou, em Junho de 1936, o trabalho de betão para a ponte, a qual teve que ser reconstruída.
Para os pavimentos em consola, Wright e a sua equipa usou vigas integrais invertidas com a placa plana na face inferior formando o tecto do espaço abaixo. O empreiteiro, Walter Hall, que também era engenheiro, produziu cálculos independentes e defendeu que se devia aumentar o reforço da placa do primeiro andar. Wright rejeitou o empreiteiro. Enquanto algumas fontes afirmam que foi o empreiteiro que, silenciosamente, dobrou a quantidade de reforço], de acordo com outras, foi a pedido de Kaufmann que os seus engenheiros consultores redesenharam o reforço de Wright e dobraram a quantidade de aço especificado por Wright. Este aço adicional não só acrescentou peso à placa como foi instalado tão próximo que o concreto muitas vezes não conseguia preencher adequadamente o espaço entre o aço, o que enfraqueceu a placa. Além disso, o empreiteiro não construiu uma ligeira inclinação ascendente na cofragem para a consola compensar a adaptação e a sua deflecção depois do betão ter secado e da cofragem ter sido removida. Como resultado, a consola desenvolveu um abatimento perceptível. Ao tomar conhecimento disto, Wright substituiu temporariamente Mosher por Edgar Tafel.
Os engenheiros consultores, com a aprovação de Kaufmann, fizeram que o empreiteiro instalasse uma parede de apoio sobre a principal viga de suporte para o terraço oeste. Quando Wright discobriu isso durante uma visita ao local, fez com que Mosher, discretamente, removesse a linha superior de pedras. Quando Kaufmann, mais tarde, confessou o que tinha sido feito, Wright mostrou-lhe o que Mosher tinha feito e salientou que a consola se tinha mantido em teste, sob carga, durante o mês anterior sem o apoio da parede.
Em Outubro de 1937 a casa principal estava concluída.

Estilo

A extensão do génio de Wright em integrar cada detalhe deste desenho apenas pode ser sugerido nas fotografias. Esta residência privada organicamente desenhada foi pensada para ser um refúgio natural para os seus proprietários. A casa é bem conhecida pela sua ligação com o lugar: está construída no topo duma queda de água activa que corre por baixo da casa. A lareira com fogão a lenha na sala de estar é composta por rochedos encontrados no sítio e sobre os quais a casa foi construída — um conjunto de pedras que foi deixado no local sobressai ligeiramente aravés do pavimento da sala de estar. Wright tinha pensado inicialmente que estas rochas seriam cortadas rente ao chão, mas este tinha sido um dos pontos favoritos da família para apanhar sol, pelo que o Sr. Kaufmann insistiu que fossem deixadas como estavam. Os pavimentos de pedra foram encerados, enquanto o fogão de lenha foi deixado ao natural, dando a impressão de rochas secas sobressaindo dum riacho.
A integração com o cenário estende-se até aos pequenos detalhes. Por examplo, onde o vidro encontra as paredes de pedra não existe friso de metal; em vez disso, o vidro é calaftado directamente na pedra. Existem escadas que descem directamente para a água. Na "ponte" que liga a casa principal ao edifíco dos hóspedes e dos criados, uma rocha natural pinga água para dentro, a qual é então directamente devolvida. Os quartos são pequenos, alguns mesmo com tectos baixos, talvez para encorajar as pessoas a sairem para as áreas sociais abertas, molhes e espaços exteriores.
O riacho activo (que pode ser ouvido constantemente por toda a casa), redondezas imediatas e paredes e terraços em consola de pedra extraida localmente (lembrando as formações rochosas vizinhas) destinam-se a estar em harmonia, em linha com o interesse de Wright em fazer edifícios que eram mais orgânicos e os quais, desse modo, pareciam estar mais envolvidos com as redondezas. Apesar da queda de água poder ser ouvida por toda a casa, não pode ser vista sem se sair ao exterior. O desenho incorpora amplas extensões de janelas e as varandas estão fora da salas principais dando uma sensação de proximidade das redondezas. O clímax experiencial ao visitar a casa é uma escadaria interior que desce da sala de estar permitindo um acesso directo à correnteza abaixo da casa.
As opiniões de Wright sobre o que devia ser a entrada têm sido questionadas; ainda, a porta que Wright considerava ser a porta principal está escondida num canto e é bastante pequena. A ideia de Wright para a grande fachada desta casa é a da perspectiva de todas as famosas fotografias do edifício, olhando para cima a partir do riacho, vendo o canto oposto à entrada principal.
Na encosta acima da casa principal existe uma coberta para quatro carros (apesar dos Kaufmanns terem pedido uma garagem), alojamentos para os criados e um quarto de hóspedes. Este edifício exterior anexo foi construído um ano depois usando a mesma qualidade de materiais e a mesma atenção aos detalhes da casa principal. Logo acima fica uma pequena piscina de seis pés de profundidade, continuamente alimentada por água natural, a qual depois flui para o riacho abaixo. Através dum truque visual comparando as paredes da piscina com a paisagem mais além, a piscina parece não ter nível, embora, de facto, o tenha. A coberta foi, sob direcção de Kaufmann, Jr., fechada posteriormente para ser usada pelos visitantes da Casa da Cascata, que geralmente se reunem ali no final das visitas guiadas. Kaufmann, Jr. desenhou ele próprio os interiores, mas com as especificações encontradas noutros interiores da casa desenhados por Wright.





quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Garimpo Arquitetônico no Ar!

Olá! Este é o nascimento do blog Garimpo Arquitetônico, espaço virtual de estudo, reflexão e diversão (porque quem gosta de arquitetura se diverte estudando). A primeira faísca deste projeto surgiu quando eu senti a necessidade de arquivar materiais de leitura, de estudos e até reflexões sobre arquitetura.  Claro que para isso eu poderia usar um pen drive, mas pensei "estando em rede o material  ficará melhor protegido e me dará a possibilidade de acessar em qualquer lugar". Realmente estava sendo "pobre de espírito", logo acabei acordando para a incrível ferramenta que tinha em mãos. Percebi que o blog me proporcionaria algo muito mais valioso do que apenas "arquivar documentos", me permitiria interagir, refletir e compartilhar idéias com pessoas atraídas pelo mesmo tema:  A R Q U I T E T U R A . Então quem se sentir atraído pelos temas e quiser interagir, sinta-se a vontade. Grande abraço, ou como costumo escrever:

Abrassssss